Arcadismo

25/08/2010 17:41

 

ARCADISMO

 

Introdução 

O Arcadismo, também conhecido como Neoclassicismo, surgiu no continente europeu no século XVIII, durante uma época de ascenção da burguesia e de seus valores sociais, políticos e religiosos. Esta escola literária caracterizava-se pela valorização da vida bucólica e dos elementos da natureza. O nome originou-se de uma região grega chamada Arcádia (morada do deus Pan).

Os poetas da escola literária escreviam sobre as belezas do campo, a tranqüilidade proporcionada pela natureza e a contemplação da vida simples. Portanto, desprezam a vida nos grandes centros urbanos e toda a vida agitada e problemas que as pessoas levavam nestes locais. Os poetas arcadistas chegavam a usar psedônimos (apelidos) de pastores latinos ou gregos.

O Arcadismo no Brasil

No Brasil, o arcadismo chega e desenvolve-se na segunda metade do século XVIII, em pleno auge do ciclo do ouro na região de Minas Gerais. É também neste momento que ocorre a difusão do pensamento iluminista, principalmente entre os jovens intelectuais e artistas de Minas Gerais. Desta região, que fervia culturalmente e socialmente nesta época, saíram os grandes poetas.

Entre os principais poetas do Arcadismo brasileiro, podemos destacar:

·      Cláudio Manoel da Costa (autor de Obras Poéticas);

·      Tomás Antônio Gonzaga (autor de Liras, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu);

·      Basílio da Gama (autor de O Uraguai);

As principais características Arcadismo brasileiro são:

I.     Quanto à forma:

 

·      Linguagem simples;

·      Frases na ordem direta;

·      Manutenção do verso decassílabo, do soneto e de outras formas clássicas.

 

II.  Quanto ao conteúdo:

 

·      Valorização da vida no campo;

·      Exploração do tema clássico do Carpe Diem (

·      Crítica à vida nos centros urbanos (fugere urbem = fuga da cidade);

·      Idealização da mulher amada;

·      Valorização da cultura Greco-Romana;

·      Pastoralismo/ Bucolismo;

·      Ideais baseados em temas clássicos latinos.

 

        Os temas clássicos valorizados pelos Árcades eram como ideais de vida e, por isso, estavam interligados. Observe os cinco principais temas e entenda o que queria dizer:

1.      Fugere urbem (fuga da cidade): influenciados pelo poeta latino Horácio, os árcades defendiam o bucolismo como ideal de vida, isto é, uma vida simples e natural, junto ao campo, distante dos centros urbanos. Tal princípio era reforçado pelo pensamento do filósofo francês Jean Jacques Rousseau, segundo o qual a civilização corrompe os costumes do homem, que nasce naturalmente bom.

 

2.      Carpe diem (aproveite o dia): o desejo de aproveitar o dia e a vida enquanto é possível. Tema já bastante explorado pelo Barroco e retomado pelos árcades, faz parte do convite amoroso (é necessário aproveitar a juventude para amar).

 

3.      Aurea Mediocritas (vida medíocre materialmente, mas rica em realizações espirituais):  é a idealização de uma vida pobre e feliz no campo, em oposição à vida luxuosa e triste na cidade. O “herói” árcade é o homem simples, modesto.

 

4.      Inutilia Truncat (excesso inútil): opondo-se aos exageros do Barroco, sobretudo na linguagem, os Árcades pretendiam “cortar os excessos”, se expressando com mais simplicidade.

 

5.      Tempus Fugit (a fugacidade do tempo): muito ligado ao carpe diem e ao fugere urbem, mostra a necessidade de sair do caos da cidade e aproveitar a vida no campo, enquanto se é jovem, pois o tempo passa e não volta jamais.